
Título: Eu amo New York (I Heart #1)
Autor(a): Lindsey Kelk
Editora: Fundamento
Nº de páginas: 382
Onde comprar:Loja Virtual
Nota:
Será que fugir do ex-noivo rumo ao destino mais vibrante e inesquecível do planeta pode ser o suficiente para curar um coração partido? Para Angela Clark, a inglesa mais indecisa do mundo... sim! Com um pouco mais do que um par de sapatos Louboutin e seu passaporte, é New York - a cidade onde a vida pulsa de verdade - que Angela escolhe como seu destino de aventuras. E lá encontrará a ajuda da pessoa mais antenada da cidade, Jenny, sua nova melhor amiga. Indecisa entre dois homens ma-ra-vi-lho-sos, tentada pelas vitrines das lojas mais famosas do mundo e com medo de ter que voltar para Londres, Angela terá que tomar muitas decisões. E o mais importante: ela relata essas experiências para os leitores do blog de uma revista famosa! Hummm... será que isso vai dar certo?! E será que Angela vai querer chamar NY de “casa” para sempre? E você? Depois de uma temporada em NY, não iria querer chamar essa cidade fabulosa de “casa” também?
Angela Clark é a típica mulher que namora há anos e não vê a hora de ser pedida em casamento. Mas o que fazer após um flagra bem constrangedor em plena festa de casamento da melhor amiga, na qual se descobre que todos já sabiam da traição do seu noivo, inclusive ela? Umas mulheres iriam se recolher num quarto e chorar até dizer chega, outras iriam se entupir de chocolates, acredito que algumas até tirariam foto da situação pra espalhar nas redes sociais. Só que Angela é diferente. Ela pegou suas economias reservadas ao futuro casamento, comprou uma passagem pra Nova York e embarcou com meia dúzia de coisas na mala pra fugir da realidade. Se é pra encarar o chifre, que seja em plena Quinta Avenida!
Tão completamente diferente, sozinha e desafiadora, esta ilha mágica brilhava.
New York não era um lugar para onde a gente vai quando quer se encontrar; é um lugar para onde a gente vai para se tornar alguém para se reinventar.
Sair correndo de Londres disposta a ser uma nova mulher só deu certo porque ela encontrou Jenny Lopez, a recepcionista do hotel. Imagina: você pede pro taxista te levar pra qualquer hotel torcendo pra que tenham vaga, encara a recepcionista e diz que não sabe quanto tempo vai ficar, e do nada ela aparece no seu quarto cheia de guloseimas e toda ouvidos pra vc desabafar. Como não ser amiga dela? Jenny é uma figuraça que jura ser a próxima Oprah. Em 2 dias, transformou aquela menina comunzinha em um mulherão. Angela passou por uma maratona de beleza, o que inclui corte de cabelo, aulas de maquiagem e roupas novas - desfrutando lindamente do limite do cartão de crédito. Ela também consegue um freela como blogueira de uma revista online famosa, garantindo uns trocados a mais nesse período sabático. O tema do blog é sua nova vida em NY, como se fosse um diário; assim, ela realiza um de seus desejos, que é ser escritora.
Mas isso é um livro, e chick-lit sem confusões sentimentais não é chick-lit. Pra completar a situação, Angela se vê envolvida por 2 homens igualmente maravilhosos, mas bastante diferentes entre si. Tyler é banqueiro, classudo, portador de um cartão de crédito ilimitado; é romântico e sabe agradar uma mulher na cama e fora dela. Alex é líder de uma banda de rock, leva uma vida confortável, mas não pode esbanjar, e tem um estilo mais descompromissado; é do tipo que leva uma mulher na lábia e consegue o que quer. E agora, qual escolher? Ou melhor, como escolher se NY é apenas um período temporário?
Sim, eu tinha um cabelo novo, roupas novas (e uma bolsa fabulosa), mas o (quase) mais importante: eu confiava em mim mesma. Eu estava fazendo isso, digo, viver de verdade.
Eu queria começar a opinar xingando a
A Jenny foi a parte mais real do livro. Ela é aquela garota que sai metendo o nariz onde não foi chamada, dando pitaco na vida alheia, mas fazendo de tudo pra levantar o moral de quem está perto. Ela ajuda a levantar a autoestima, mas também pode machucar e ofender se beber e resolver sair falando o que dá na telha. Ri muito com as suas falas, atitudes e decepções amorosas.
Gostei de ler mais sobre a cultura novaiorquina. A gente lê, vê filmes, ouve relatos, mas nunca é demais. Eu, pelo menos, sou louca pra conhecer a Big Apple e me perder nas compras. A parte de Angela indo às compras me lembrou muito Becky Bloom, uma série que mora no meu coração, e eu adorei ainda mais porque no final tem um guia de onde comer, comprar e ir quando se está em Nova York.
Agora chegamos à parte romântica da parada: o triângulo entre Tyler, Angela e Alex. Como a narrativa é em 1ª pessoa, a autora tem como conduzir o leitor a sentir o que ela quer. Só sabemos o que Angela sabe, só temos acesso à rotina e aos sentimentos dela, então não dá pra gente ser neutra e avaliar a situação como um todo. Quando Angela estava com Tyler, eu tinha certeza de que ela deveria ignorar Londres, ficar com ele e virar mulher de banqueiro, chique e fina. Mas aí ela ia se encontrar com Alex e meu coração bambeava com o bad boy que esconde um lado romântico atrás da figura do roqueiro pegador. O Tyler era a estabilidade; o Alex, a imprevisibilidade.
Eu e uma amiga combinamos de ler juntas, e cada uma fez uma analogia. A minha envolveu música, porque sou dessas que tem trilha sonora pra tudo.
Tyler era "Eu quero a sorte de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida". O cara que fez Angela se arriscar após 10 anos com o mesmo homem, o cara que a leva para restaurantes chiques e arremata a noite com joias da Tiffany, o cara que tem "algum trocado pra dar garantia".
Alex era "Se você quiser eu vou te dar um amor desses de cinema; não vai te faltar carinho, plano ou assunto ao longo do dia". Sempre com uma novidade, uma surpresa, uma conversa descolada; aos poucos se revelando em sua profundidade, coisa a que poucos têm acesso, bem no estilo clichê de filme, o homem que mudou por causa de um amor.
Mas voltemos à questão das estrelas. O outro 1/4 foi perdido aqui... Angela está escrevendo um blog sobre a vida dela em NY, contando por que saiu de Londres e como está sendo a experiência na nova cidade. Ela comenta com todo mundo sobre essa oportunidade, sobre a estreia e o sucesso do blog, sobre as reuniões com a editora... e acha que as pessoas próximas a ela não estão dentre os milhares de leitores. Ah, tá. Então você escreve algo público, fala pros amigos que arrumou uma forma de ganhar dinheiro, especifica o tema dos posts e espera que a curiosidade não ataque ninguém. Supercrível. SQN! Mesmo sendo ingenuidade ou lerdeza da parte dela, não me convenceu.
E ainda falta meia estrela, certo? Irei justificar: os cortes de cena são muito bruscos, interropendo a fluidez. Em uma hora ela está na sala da editora definindo coisas pro blog, no parágrafo seguinte ela ela já está chegando a casa. E isso sem uma transição, só o corte seco mesmo.
Por trás do chick-lit, o livro discute a traição e a reação da mulher. Ao invés de mostrar uma pessoa deprimida ou que perdoa e volta pro cara, mostrou uma mulher decidida; impulsiva sim, mas que resolveu mudar de vida pra melhor. A história é tão focada na Angela que a família e os amigos de Londres são meros figurantes, aparecendo de vez em nunca. Claro que rolou uma insensibilidade, mas entendi que era preciso se desligar das raízes, ainda que temporariamente, pra viver uma nova fase de descobertas.
Durante toda a minha vida, eu tinha sido algo de alguém, a filha de Annette, a amiga de Louisa, a namorada de Mark. Mas quem era eu agora? Eu tinha fugido para deixar de ser a ex de Mark, a dama de honra que arruinou o casamento, a menina que vivia com a mãe. Nesta última semana, com Jenny, Erin e Vanessa, eu tinha sido a garota meio louca que passara por um fim de namoro ruim/heroico.
Outro assunto que eu gostei de ver discutido foi a liberdade sexual da mulher. É normal um homem sair com 2 mulheres ao mesmo tempo, mas se a mulher resolve sair com 2 caras ela é mal vista. Não concordo com isso, não importa o sexo; tenho meus valores e princípios, então não faria e nem acho legal. Mas o lance aqui é permitir que a mulher faça o que ela quer, sem ser mal interpretada, sem ficar difamada.
A capa é linda, bem carinha de chick-lit, cheia de detalhes fofos que têm tudo a ver com a história. E tá vendo esse coração com perninhas? Está presente na diagramação, nos inícios e meios de capítulo. Ficou como uma identidade pra série, já que também aparece nos próximos livros. Só precisa melhorar na revisão, que deu umas escorregadas de leve.
Como já comentei, achei a narrativa tendenciosa. Sempre gosto de um capítulo narrado por outro personagem ou a narração em 3ª pessoa, pra poder ter uma visão mais ampla. Continuo com meus achismos sobre o final, mas não posso dizer que não gostei. E já estou com o segundo livro em mãos, será leitura de fevereiro!
Eu já estava com saudades de ler chick-lit, e esse é uma ótima opção. Ri, fiz uma amiga louca, passei pelos pontos turísticos de Nova York e ainda me encantei com 2 boys magia. Tá bom, né?

Aposto que, se você gosta do gênero, ficou morrendo de vontade de ler também. Então aproveite e participe do sorteio! As regras estão todas no Terms & Conditions.
Boa Sorte!