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Channel: Prazer, me chamo Livro
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Fragmentada - Teri Terry

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Título: Fragmentada (Slated #2)
Autor(a): Teri Terry
Editora: Farol Literário
Onde comprar:Saraiva
Nota:

Kyla não deveria se lembrar de nada quando foi reiniciada. Mas segredos do seu passado atormentam sua mente. Presa em uma luta contra a opressão dos lordeiros, e ansiando por liberdade, Kyla vê seu passado e presente colidir de uma forma que ameaça sua vida. Enquanto sua busca desesperada por Ben continua, em quem ela poderá confiar em um mundo repleto de segredos e mentiras?

Esta resenha NÃO contém spoilers do primeiro livro.
Resenha de Reiniciados

Depois de uma estreia brilhante com Reiniciados, Teri continua a saga de Kyla em Fragmentada. Agora ela está ainda mais preparada para o mundo, sabendo lidar melhor com seu Nivo e com a situação em que se encontrou após ser reiniciada. Mas suas memórias continuam se apresentando se forma estranha, diferente do comum.

O desenvolvimento da história pediu uma "redução de marcha" nesse livro, então não é tão eletrizante quanto o primeiro, mas me deixou empolgada. Já conseguimos encaixar algumas peças do quebra-cabeça, a imagem começa a se formar, mas ainda faltam pedaços essenciais para a completa compreensão. Fiquei satisfeita por entender melhor o caráter de alguns personagens e sua participação na vida de Kyla e ao mesmo tempo criei mais perguntas que ficaram em aberto.

A melhor forma de mentir é se prender à verdade o máximo possível.

O mais interessante é a personalidade de Kyla. Ela é adolescente, instável por natureza, com o agravante de ter reaprendido questões de convívio social após a reiniciação. Mas além disso ela apresenta certa instabilidade e variação de humor e atitudes. Às vezes dá aquela sensação de "lá vem mais uma personagem chata", mas aos poucos você descobre que tudo é justificável, e aí as coisas começam a fazer sentido desde o começo.

Por muito tempo fui empurrada para um lado, depois para o outro; entre quem eu era, e quem eu sou. Mas quem eu quero ser?

Não faz muito tempo que li o primeiro livro, mas o suficiente pra eu não me lembrar de todos detalhes até porque, lendo mais de 10 livros em um mês, fica difícil gravar minúcias do enredo. Só que esse esquecimento não atrapalhou em nada, visto que a autora teve o cuidado de fazer referências pontuais e discretas pra que o leitor se recorde da história e dos papéis de cada personagem.

Como em toda distopia, aqui é preciso tomar cuidado com julgamentos antecipados. Aqueles que pensamos que são vilões revelam um lado muito mais humano do que poderíamos imaginar, e quem se faz de bonzinho pode se mostrar um lobo em pele de cordeiro. Novos personagens foram introduzidos, alguns foram retomados, mas sugiro não se apegar a nenhum deles. Vai que ele morre?

A revisão está boa, e a diagramação segue o padrão do primeiro livro, com uma fonte confortável e páginas amareladas. Mas o destaque continua sendo a capa, que mantém a identidade da trilogia, com o rosto de menina. E o mais legal são as aplicações de verniz nos "cortes" da imagem (repara que parece que tem umas linhas nas bordas), complementando a ideia do título.

Memórias podem ser fragmentadas, encobertas por medo e negação, e trancadas atrás de uma parede.

Fragmentada conseguiu manter a qualidade que Teri apresentou no primeiro livro e entrega o leitor ansioso e curioso para conhecer o tão esperado final. A história foi delineada magistralmente, com coerência e inovação, e tem tudo pra entrar na lista de trilogias distópicas preferidas,

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