Se você faz parte da blogosfera, provavelmente viu que nos últimos dias apareceu um novo grupo convidando todo mundo a conhecer a fan page, assistir aos vídeos e participar do evento. Sábado foi o lançamento nacional do projeto Lit Girls, idealizado pela Punch! Comunicações, e eu estive lá pra conferir tudo o que rolou.
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O evento aconteceu de 13h às 17h na Livraria Cultura, que também apoia o projeto. Estiveram presentes 8 das 10 autoras (faltaram a Lu Piras e a Fernanda Belém), divididas em 2 blocos.
O 1º bloco foi mediado pela blogueira Raffa Fustagno, do blog A Menina que Comprava Livros, e participaram dele as autoras Carolina Estrella, Chris Melo, Graciela Mayrink e Tammy Luciano. Quem está acostumado com a Raffa na mediação já imagina que demos muitas risadas, né? Apesar de tratar assuntos sérios e importantes, ela soube levar com bastante leveza e dinamismo.
O assunto inicial girou em torno de educação e valorização da leitura, destacando que a leitura faz as pessoas pensarem (e talvez isso não seja assim tão interessante pro governo), transforma as pessoas, ajuda em momentos difíceis. A Chris levou um ensinamento de seu pai e me emocionou com sua fala: o que você compra, veste e tem as pessoas podem roubar, mas o conhecimento que você adquiriu ninguém tira de você.
Também falaram sobre preconceito literário, aquela velha história de julgar o leitor por gostar de clássicos ou livro comerciais. E a conclusão foi de que ler é o que importa, e se uma pessoa não gosta de ler é porque não encontrou o livro certo. Falando em preconceito... claro que elas iam comentar sobre literatura nacional! Todo mundo sabe que ainda existe essa discriminação pelo fato de o livro ser nacional, mas várias vantagens foram destacadas, como o acesso ao autor e o menor custo de aquisição de direitos para publicação. Achei interessante elas ressaltarem que o cenário atual mudou bastante, tendo cada vez um público maior que aceita e consome livros brasileiros, principalmente porque os adolescentes estão lendo e levando seus pais a lerem também.
Quase no final, a conversa foi pro lado da competição. A Raffa disse que sente muita competição entre os blogueiros me segurando pra não comentar nada agora, quem sabe num Papo Reto?, mas todas elas foram unânimes em concordar que entre os autores não há essa concorrência. Elas entendem que não há divisão de público, até porque um escritor produz em média 1 livro por ano, e nós lemos muito mais do que isso. Com certeza existe a fruta podre no cesto, mas pelo menos ali o sentimento passado era de companheirismo e amizade.
Pra encerrar, uma pergunta que muita gente deve ter curiosidade: será que a crise econômica que o Brasil está vivendo vai influenciar na literatura? A opinião delas foi de que nada mudou a respeito dos projetos e futuras publicações, mas já sentiram uma queda no incentivo a patrocínio de viagens para feiras literárias. E também comentaram que as livrarias estão mais cautelosas, não querendo um número grande de exemplares nas loja e até devolvendo alguns.
Após um breve intervalo, começou o 2º bloco, com a mediação da jornalista Renata Frade. As autoras participantes foram Bianca Carvalho, FML Pepper, Fernanda França e Patrícia Barboza. E o papo já começou quente com a Pepper contando sua experiência pioneira: ela é a primeira autora brasileira a assinar um contrato híbrido (a editora detém os direitos sobre os livros físicos e ela permanece com os direitos sobre os ebooks). Pepper tem 3 livros publicados na Amazon e o primeiro físico sai em maio, mas mesmo com pouco tempo de carreira foi muito segura ao falar sua previsão de que no futuro isso será bastante comum, até porque essa forma é uma via de mão dupla, na qual ambos - editora e autor - saem beneficiados.
Já Patricia tem 13 anos de carreira, um monte de livros publicados e adotados em escolas, mas foi muito humilde ao confessar que ainda tem muito o que aprender até mesmo com a Pepper, pois não tem experiência alguma com ebooks. Ela contou um pouco sobre sua trajetória e frisou que tempo de carreira não significa maturidade. Acredita que o autor precisa compartilhar conhecimento e aprendizados, contar experiências boas e ruins e oferecer/receber ajuda mútua.
Depois o assunto foi pro lado da Fernanda: humor no texto. Ela considera o humor uma forma de se expressar e ao mesmo tempo falar coisas sérias, assumindo uma função social importante de fazer críticas de uma forma acessível e leve. "O humor não tem idade, não tem barreira ou contraindicação". Patricia também opinou puxando pra sua área, já que ela escreve também usa essa ferramenta, mas aplicada a um público juvenil. Segundo ela, não tem como não colocar humor no texto se ela é humorada no dia a dia. Assim ela consegue abordar questões da adolescência de uma maneira que todo mundo se reconheça. "Adolescente é tudo igual em qualquer tempo, só muda a trilha sonora e a tecnologia".
Outro tema interessante foi a literatura em sala de aula. Sabe aquela coisa de que muita gente diz que não gosta de ler porque foi obrigado a pegar um clássico na adolescência? Pois é! As autoras percebem que mais livros atuais estão sendo adotados, o que ajuda a mudar esses paradigmas. O importante é ler, não importa o quê. A Bia contou também que as visitas aos colégios se tornam um motivador da escrita.
Nesse bloco também falaram sobre nós, blogueiros, mas dessa vez de forma positiva. rs! Elas enxergam o papel dos blogs hoje como uma outra mídia, exaltando características como imparcialidade e capacidade de diferenciar estilos e autores dentro dos gêneros. Mas, como em todo segmento, tem gente boa e gente ruim. Uma das observações foi a de que existe uma grande diferença entre resumo e resenha. E, pra reforçar o que já sabemos, todas disseram que levam em consideração as críticas construtivas na hora de escrever os próximos livros.
Um tema debatido muito rapidinho foi a distinção entre literatura feminina e masculina, se existe e se sofrem preconceito por algum dos grupos. Nenhuma delas disse que isso acontece, pelo contrário, mesmo aquelas que são definidas por algum gênero conseguem atingir e surpreender o outro. E, finalizando, a pergunta foi uma que adoro e faço constantemente: por que usar cenários estrangeiros se o livro é nacional?Ok, também deixo pro Papo Reto, porque nesse meu dedo coça pra sair digitando. A justificativa da Bia foi a de que a história quando chega pra ela já vai toda pronta, com título, nomes e características dos personagens, cenário e enredo, então ela não consegue mudar. Já a Fernanda disse que a história pedia por se tratar de uma brasileira em viagem. Mas eu ainda tenho vontade de juntar um monte de autor pra perguntar, porque sou dessas que gostam de polêmica. kkkkkk
Quando acabou a parte do projeto em si, veio aquele momento superaguardado: sorteio! Tinha muito livro, gente! E eu não vim pra casa de mão abanando, ganhei o último livro da Tammy: Sonhei que Amava Você. Garanti meu autógrafo na mesma hora e já coloquei esse lindo na fila.
Agora é esperar o lançamento da aplicativo e de novidades nas redes sociais. Fique ligado e acompanhe esse novo projeto!

Litgirls.com.br é um projeto multiplataforma inovador e inédito no Brasil. É mais do que o registro de um momento literário especial. Visa estreitar as relações entre autoras e leitores e provocar ainda mais compartilhamento sobre literatura nacional pelo celular, tablet, computador, livros, blogs, cadernos, diários, mídias sociais e o que mais vier por aí.
É formar mais e mais jovens leitores. Ajudar pais e professores a trabalharem os livros amados de seus alunos e filhos em sala de aula e lares e os ajudarem a entender porquê esse pessoal é tão louco pelos exemplares, autógrafos, eventos e viram madrugadas compartilhando, rindo, sofrendo junto com as tramas e personagens que são as vidas que vivem. As vidas que nunca viverão, mas amam sentir na pele, enquanto houver páginas.Site | Facebook | Twitter | YouTube

O evento aconteceu de 13h às 17h na Livraria Cultura, que também apoia o projeto. Estiveram presentes 8 das 10 autoras (faltaram a Lu Piras e a Fernanda Belém), divididas em 2 blocos.

O assunto inicial girou em torno de educação e valorização da leitura, destacando que a leitura faz as pessoas pensarem (e talvez isso não seja assim tão interessante pro governo), transforma as pessoas, ajuda em momentos difíceis. A Chris levou um ensinamento de seu pai e me emocionou com sua fala: o que você compra, veste e tem as pessoas podem roubar, mas o conhecimento que você adquiriu ninguém tira de você.
Também falaram sobre preconceito literário, aquela velha história de julgar o leitor por gostar de clássicos ou livro comerciais. E a conclusão foi de que ler é o que importa, e se uma pessoa não gosta de ler é porque não encontrou o livro certo. Falando em preconceito... claro que elas iam comentar sobre literatura nacional! Todo mundo sabe que ainda existe essa discriminação pelo fato de o livro ser nacional, mas várias vantagens foram destacadas, como o acesso ao autor e o menor custo de aquisição de direitos para publicação. Achei interessante elas ressaltarem que o cenário atual mudou bastante, tendo cada vez um público maior que aceita e consome livros brasileiros, principalmente porque os adolescentes estão lendo e levando seus pais a lerem também.

Pra encerrar, uma pergunta que muita gente deve ter curiosidade: será que a crise econômica que o Brasil está vivendo vai influenciar na literatura? A opinião delas foi de que nada mudou a respeito dos projetos e futuras publicações, mas já sentiram uma queda no incentivo a patrocínio de viagens para feiras literárias. E também comentaram que as livrarias estão mais cautelosas, não querendo um número grande de exemplares nas loja e até devolvendo alguns.
Após um breve intervalo, começou o 2º bloco, com a mediação da jornalista Renata Frade. As autoras participantes foram Bianca Carvalho, FML Pepper, Fernanda França e Patrícia Barboza. E o papo já começou quente com a Pepper contando sua experiência pioneira: ela é a primeira autora brasileira a assinar um contrato híbrido (a editora detém os direitos sobre os livros físicos e ela permanece com os direitos sobre os ebooks). Pepper tem 3 livros publicados na Amazon e o primeiro físico sai em maio, mas mesmo com pouco tempo de carreira foi muito segura ao falar sua previsão de que no futuro isso será bastante comum, até porque essa forma é uma via de mão dupla, na qual ambos - editora e autor - saem beneficiados.

Depois o assunto foi pro lado da Fernanda: humor no texto. Ela considera o humor uma forma de se expressar e ao mesmo tempo falar coisas sérias, assumindo uma função social importante de fazer críticas de uma forma acessível e leve. "O humor não tem idade, não tem barreira ou contraindicação". Patricia também opinou puxando pra sua área, já que ela escreve também usa essa ferramenta, mas aplicada a um público juvenil. Segundo ela, não tem como não colocar humor no texto se ela é humorada no dia a dia. Assim ela consegue abordar questões da adolescência de uma maneira que todo mundo se reconheça. "Adolescente é tudo igual em qualquer tempo, só muda a trilha sonora e a tecnologia".
Outro tema interessante foi a literatura em sala de aula. Sabe aquela coisa de que muita gente diz que não gosta de ler porque foi obrigado a pegar um clássico na adolescência? Pois é! As autoras percebem que mais livros atuais estão sendo adotados, o que ajuda a mudar esses paradigmas. O importante é ler, não importa o quê. A Bia contou também que as visitas aos colégios se tornam um motivador da escrita.
Nesse bloco também falaram sobre nós, blogueiros, mas dessa vez de forma positiva. rs! Elas enxergam o papel dos blogs hoje como uma outra mídia, exaltando características como imparcialidade e capacidade de diferenciar estilos e autores dentro dos gêneros. Mas, como em todo segmento, tem gente boa e gente ruim. Uma das observações foi a de que existe uma grande diferença entre resumo e resenha. E, pra reforçar o que já sabemos, todas disseram que levam em consideração as críticas construtivas na hora de escrever os próximos livros.
Um tema debatido muito rapidinho foi a distinção entre literatura feminina e masculina, se existe e se sofrem preconceito por algum dos grupos. Nenhuma delas disse que isso acontece, pelo contrário, mesmo aquelas que são definidas por algum gênero conseguem atingir e surpreender o outro. E, finalizando, a pergunta foi uma que adoro e faço constantemente: por que usar cenários estrangeiros se o livro é nacional?
Quando acabou a parte do projeto em si, veio aquele momento superaguardado: sorteio! Tinha muito livro, gente! E eu não vim pra casa de mão abanando, ganhei o último livro da Tammy: Sonhei que Amava Você. Garanti meu autógrafo na mesma hora e já coloquei esse lindo na fila.
Agora é esperar o lançamento da aplicativo e de novidades nas redes sociais. Fique ligado e acompanhe esse novo projeto!