
Título: O Histórico Infame de Frankie Landau-Banks
Autor(a): E. Lockhart
Editora: Seguinte
Nº de páginas: 344
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Nota:
Aos catorze anos, Frankie Landau-Banks era uma garota comum, um pouco nerd, que frequentava a Alabaster, uma escola tradicional e altamente competitiva. Mas tudo muda durante as férias. Na volta às aulas para o segundo ano, o corpo de Frankie havia se desenvolvido, e ela havia adquirido muito mais atitude. Logo ela chama a atenção de Matthew Livingston, o cara mais popular do colégio, que se torna seu novo namorado e a apresenta ao seu círculo de amigos do último ano. Então Frankie descobre que Matthew faz parte de uma lendária sociedade secreta - a Leal Ordem dos Bassês -, que organiza traquinagens pela escola e não permite que garotas se juntem ao grupo. Mas Frankie não aceitará um "não" como resposta. Esperta, inteligente e calculista, ela dará um jeito de manipular a Leal Ordem e levantará questionamentos sobre gênero e poder, indivíduos e instituições. E ainda tentará descobrir se é possível se apaixonar sem perder a si mesma.
Depois de ler Mentirosos, eu fiquei louca por outro livro da mesma autora. Mas não chegou nem aos pés, não me perturbou, pelo contrário, em algumas horas até me entediou. Em O Histórico Infame conhecemos Frankie, a caçula de duas filhas de pais separados. Com boas condições financeiras, ela estuda em Alabaster, uma escola cara e tradicional, onde seu pai também estudou numa época em que só aceitavam meninos. Nesse período, foi criada a Leal Ordem dos Bassês, uma sociedade secreta exclusivamente masculina.
Até o ano anterior ela era mais uma nerd do Clube de Debates, inteligente e leitora ávida. Mas durante as férias seu corpo passou por uma transformação significativa, a ponto de chamar atenção de Matthew, o menino mais popular de todo o colégio. Com o início do namoro, ela passou a participar do grupo dos populares e passa a gostar do entrosamento, das brincadeiras da turma. Mas, apesar de todo o seu esforço pra se enturmar, ela continua se sentindo excluída, especialmente quando se trata da amizade do namorado com Alfa.
– Segredos são mais poderosos quando as pessoas sabem que você os tem [...]. Conte a eles um pedacinho do seu segredo, mas mantenha o resto bem guardado.
Cansada de ser deixada de lado e sabendo dos Bassês por intermédio de seu pai, ela resolve mostrar que inteligência e perspicácia não têm gênero, idealizando movimentos geniais, ainda que um tanto quanto questionáveis, e quebrando paradigmas acerca de valores e conceitos de toda a escola.
Durante essa leitura, aconteceu comigo o mesmo que em Mentirosos. Comecei gostando, depois ficou um pouco arrastado e no final melhorou de novo. A narrativa é bastante ágil, sem se preocupar com detalhes desnecessários, mas informando o essencial pra compreensão da história. O final não foi daqueles que me arrebataram, mas é coerente com a narrativa e com a mensagem que o livro quer passar. Querer não é poder, não dá pra ter tudo ao mesmo tempo.
O ponto alto do livro são as críticas personificadas na figura de Frankie. Uma feminista de carteirinha, uma aluna questionadora. Ela levanta várias discussões entre seus pares e superiores, como diferença de gêneros, revoluções politicamente incorretas, mudanças necessárias. Ela questiona o engessamento causado pela tradição da instituição, mostra que mulheres têm potencial para grandes realizações e apronta poucas e boas, arrancando boas risadas do leitor.
Então eu fui um monstro, ela pensou. Mas pelo menos não fui a irmãzinha de alguém, a namorada de alguém, uma aluna qualquer do segundo ano, uma garota qualquer – alguém cuja as opiniões não importavam.
Dessa vez não consigo elogiar a capa, não quando comparo com outras muito mais criativas ou chamativas. Escolhi essas 3 pra mostrar pra vocês: a primeira é no estilo da capa original de We Are Liars; a segunda remete à Leal Ordem dos Bassês; e a terceira... leiam, descubram e riam! Gosto mais da segunda, mas essa última é simplesmente genial!



As outras partes do trabalho - revisão, diagramação, qualidade do material - da Seguinte foram tão boas como sempre... O miolo veio especialmente trabalho com bassês decorativos e fontes diferentes para e-mails/bilhetes. E não posso falar muito de tradução, mas acho que o tradutor fez um bom trabalho com trocadilhos.
Vale a pena? Uhum. Mas se você leu Mentirosos vai com a cabeça aberta pra saber que é totalmente diferente. Outra pegada, outras questões, outro sentimento durante a leitura. E tomara que venha outro da Lockhart logo pro Brasil.