Título: O Nome em Seu Pulso
Autor(a): Helen Hiorns
Editora: Farol Literário
Nº de páginas: 256
Onde comprar:Submarino | Saraiva | Americanas
Nota:
No mundo em que Corin vive, logo nos primeiros anos de vida o nome da sua alma gêmea é marcado para sempre no seu punho. A busca pela pessoa predestinada pode durar anos, até mesmo décadas. Mas e se você nunca encontrar essa pessoa? Ou se encontrar e simplesmente não amá-la? E se, como Corin, a última coisa que você quiser é ser encontrado? Com essa obra, a autora ganhou o prêmio Sony Young Movellist.
Depois de a humanidade causar muita destruição no mundo devido a inúmeras escolhas erradas feitas por eles, o governo resolve montar um sistema, para controlar as decisões das pessoas e evitar tantas destruições. Uma das regras do sistema é que, quando se completa certa idade, a pessoa tem que sair em busca da alma gêmea, cujo nome surge em seu pulso ainda quando criança.
Corin é uma jovem independente (na medida do possível), de personalidade forte e odeia não ter o controle sobre as decisões de sua vida. Após alguns acontecimentos na infância, ela definitivamente parou de acreditar no sistema, principalmente na parte das almas gêmeas. Ela é curiosa, vive mexendo onde não deve, quebra as regras do governo quase que diariamente e, com sua ironia sempre afiada, não consegue olhar para o nome gravado em seu pulso sem sentir repulsa.
Órfã de pai, com uma mãe distante e uma irmã que vive tendo surtos psicóticos, Corin criou um jeito de fugir um pouco daquela realidade, um mundo onde ela faz suas próprias escolhas. Mas tem de tomar cuidado para que o governo não descubra os seus segredos ilegais.
O nome em seu pulso foi uma surpresa para mim, fazia um tempão que eu não lia uma distopia tão original. Narrada em primeira pessoa por Corin e com uma escrita simples e muito fluida, conhecemos o sistema que controla tudo e todos e aos pouco descobrimos as grandes e perigosas falhas que ele tem.
Essa história de ter o nome de sua alma gêmea gravada na pele é ao mesmo tempo assustadora e muito romântica, só de pensar nas chances que isso tem de dar errado me dá arrepios. O enredo do livro é intenso e carregado de criticas e reflexões sobre o comportamento humano em meio à sociedade, a escrita da autora é ágil e deixa o leitor completamente viciado na trama.
A protagonista Corin é cheia de conflitos, mas muito carismática e extremamente real, me identifiquei muito com ela em alguns momentos. O final ficou meio que em aberto, mas em minhas pesquisas não encontrei informações de uma continuação, o que é uma pena, pois fiquei apaixonada pela história de Corin e gostaria de saber o que houve depois do final surpreendente que a autora deu para o livro.
Enfim, adorei a história e durante a leitura pude viajar para esse mundo distópico que Helen criou. Recomendo o livro para quem esteja à procura de uma distopia autêntica e reflexiva de fácil leitura e envolvimento. No mínimo é um livro surpreendente.
A humanidade sempre teve de odiar alguém. Isso lhe dava um propósito, eu acho, e fazia com que muitos se sentissem mais importantes. Há gente demais para que todos possam se contentar em ser iguais. As pessoas sempre querem ser mais importantes do que realmente são.