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Temporada de Segredos - Sally Nicholls

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Título: Temporada de Segredos
Autor(a): Sally Nicholls
Editora: Geração
Nº de páginas: 244
Onde comprar:Submarino | Saraiva | Americanas | Cultura | Fnac
Nota:

Perdida de sua irmã, Molly vê um rapaz sendo caçado numa floresta. Aterrorizada, ela tenta ajudá-lo e sente compaixão. Voltando para a casa de seus avós, conta a todos o que ocorreu, mas quando procuram o homem ferido, não o encontram e atribuem a imagem à fértil imaginação da menina. No dia seguinte, numa velha igreja, Molly percebe, surpresa, que o rosto daquele misterioso rapaz está esculpido em uma coluna. Quem seria ele? No desenvolver da história, nos envolvemos com o misto entre mistério e magia que envolve aquela noite de perseguição, ao mesmo tempo em que nos sentimos comovidos pela triste histórias das irmãs, órfãs de mãe e levadas pelo pai para serem criadas pelos avós. Vemos o texto se desenvolver pela ótica de Molly, o que nos leva a imaginar o mundo dela, como uma criança. Ao mesmo tempo, o livro nos faz lembrar das fábulas de infância que tanto admirávamos e nos causa grande impacto, pelo fato de alguém tão jovem ter que lidar com algo tão complexo como a doença e a morte da mãe.

Molly e Hannah foram morar com os avós maternos após a morte da mãe. O pai ficou meio desorientado no período de luto e se tornou bastante ausente, quase não visita as meninas. Cada uma delas reage de uma forma, até porque têm personalidades bem distintas. Hannah é mais velha, bem impaciente, mais extrovertida, responde os avós e já está desiludida quanto às promessas do pai. Já Molly tem uma visão mais ingênua, romantizada; é instrospectiva, crédula, gosta de ler e imaginar e ainda sofre com a ausência da mãe. A mudança foi bem impactante pra ambas. O avô é aquela fofura que a gente imagina de vô, sempre carinhoso, mas a avó não tem tolerado as grosserias de Hannah e não está muito satisfeita.

É nesse cenário familiar confuso que a aventura de Molly começa. Hannah tentou fugir de casa e chamou a irmã pra ir junto, mas a caçula acabou se perdendo na floresta. De repente se deparou com um homem sendo perseguido por um bando de cães e cavalos e um homem com chifres. Claro que ela ficou com medo e preocupada com o homem correndo perigo, então voltou pra casa pra buscar ajuda. Mas também é claro que ninguém acreditou nessa história, né? Molly não esqueceu aquilo, e no dia seguinte, no meio de uma visita escolar à igreja, vê o rosto do tal homem numa coluna da igreja, descobrindo que ele era o Homem Carvalho.

Será que Molly sonhou? Foi fruto de sua imaginação fértil? Ou realmente aconteceu? Junto com a pequena, vamos embarcar nessa fábula e participar de seus conflitos de luto, saudade e amor por um pai ausente.

Você pode até se acostumar com o vazio na sua vida onde antes havia alguém. Um vazio onde você pensava que aquela pessoa iria viver ali para sempre, mas um dia essa pessoa sai, sem olhar para trás, ou dizer adeus, e some para sempre.

Já tinha lido Como Viver Eternamente e achado mais ou menos. Impactante - lógico - por se tratar de um menino tão novo com câncer dando uma lição de vida em muito marmanjo. Mas a escrita não me conquistou. Resolvi dar outra chance à autora e foi mais decepcionante ainda. Acho que entendi errado a proposta da sinopse, porque frustração é a palavra que define minha leitura.

A parte familiar é bacana, com a visão de uma menina sobre um dos fatos mais temido da vida: a morte. Perder a mãe tão cedo certamente foi impactante, mas ela praticamente perdeu o pai também. Mudou de cidade, mudou de vida, passou a conviver com uma avó amargurada pela morte da filha e impaciente com a neta. Na escola não fez muitas amizades... E pra piorar a família acha que ela tem um amigo imaginário. Complicado! Molly é uma personagem cativante, e foi por ela que eu levei o livro adiante.

Se a autora focasse nessa questão da família, eu teria gostado. Mas essa parte do Homem Carvalho... que saco! Além de ser uma história meio estranha, eu achei extremamente perigoso um livro tratar com normalidade uma criança se relacionando com um homem, fugindo pra cuidar dele, se preocupando excessivamente com seu bem-estar... Sou dessas chatas que já se preocupam com a mensagem que o livro passa. A criança pode absorver tamanha responsabilidade? E pior: a criança pode sair sozinha pra ficar com um cara bem mais velho? Socorro, né?

Os capítulos eram MUITO curtos, alguns com uma página só, chegava a irritar. Ao invés de me querer ler "só mais um", eu pensava "ai, lá vem mais outro", principalmente quando eu via que lá vinha o tal homem.

Não rolou, infelizmente. Queria ter gostado, mas não deu. E não sei se daria uma terceira chance à autora, já foi decepção demais pro meu coraçãozinho.

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