
Título: Pode Beijar a Noiva
Autor(a): Patricia Cabot
Editora: Essência
Nº de páginas: 240
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Nota:
Quando tudo parece estar perdido para Emma Van Court, que acaba de se tornar viúva, a promessa de uma grande fortuna lhe cai dos céus. Mas há uma condição para abocanhar a herança: ela terá de se casar novamente. Como não se especificou o noivo, todos os homens da pequena Faires, na Escócia, resolvem participar dessa corrida do ouro e passam a disputar as atenções da jovem viúva.
Os competitivos pretendentes só não contavam com a presença de James Marbury, primo do falecido marido, Stuart, que chega ao vilarejo para ajudar Emma com os trâmites do inventário. No passado, os dois tiveram uma aproximação, e James ainda nutre fortes sentimentos pela, agora, viúva.
Conseguirá ele afastar a horda de interesseiros pretendentes e finalmente se juntar à sua amada?
Emma perdeu os pais cedo e foi criada pelos tios, sempre à sombra da prima linda. Quando cresceu, decidiu impulsivamente se casar com Stuart, primo de James, pra quem todos tentam empurrar a prima desde sempre, mas ninguém concorda, então eles decidem fugir e se casar na Escócia. Assim, eles foram viver numa vila isolada com os poucos recursos que a vida de pároco dava ao casal. Só que Stuart morreu menos de 1 ano depois, e o assassino, culpado, deixou sua herança para a viúva. Mas, para ela receber a fortuna, precisa cumprir uma condição: casar-se novamente. E é aí que os problemas de Emma começam, pois todos os solteiros da região resolvem cortejá-la, e ela se mantém firme na decisão de continuar sozinha.
Até que James aparece de repente em sua vida. Depois de muito tempo após a morte do marido, Emma avisou a família o que acontecera, e ele tinha ido até lá com a missão de levar o corpo para o túmulo da família, sem esperanças de encontrá-la, julgando que ela tinha ido para a casa dos tios. Mas se surpreendeu ao ver a mulher que perturbava seu coração há tempos vivendo sob condições precárias por insistência em ajudar as pessoas daquele local. James fica sabendo da herança e de um pretendente em especial, que amedronta Emma. E, como forma de proteção, oferece um casamento de fachada, apenas para que ela possa receber o dinheiro. Mas, o que ele quer de verdade, é usar aqueles dias pra conquistar o amor da única mulher que foi capaz de fazê-lo sonhar com um futuro.
Esse romance de época tem algumas coisas diferentes, a começar pelo fato de ser uma mocinha que não tá nem aí pra dinheiro e prefere viver sem o menor luxo e ajudar as pessoas necessitadas do local onde mora a voltar para a casa da família ou se casar simplesmente para receber a herança. Seu coração é extremamente altruísta, se preocupando com as crianças da escola em que dá aula mais até do que os próprios pais. Ela não quer roupas, joias, conforto, nada disso; todo o seu esforço e recurso é investido em prol de benefício alheio.
Naquela altura, sob a luz da vela, James entendeu que não faria diferença se Emma usasse um vestido de baile ou um penhoar. Em algodão simples ou na melhor seda, ela era a mulher mais bela que conhecera.
Outro ponto bem não muito comum é que aqui quem corre atrás é o homem. Se dependesse de Emma, nunca haveria um romance. Foi a insistência de James que a conquistou, era ele que sonhava com ela na adolescência, foi ele que deixou os padrões estéticos de lado e seguiu o coração. E quanto a isso não posso deixar de aplaudir, porque até que enfim um livro em que a mocinha não enxerga o conde, nobre, rico e bonito como prêmio. Se tem alguém sortudo nessa história, é ele.
Como teve toda essa coisa de foge com o primo errado, fica viúva, tem/não tem herança, conquista a viúva e tal, as cenas dos dois juntos são bem raras, mas as poucas que tem são bem escritas.
Mas James percebeu que não só ele sentira um choque inexplicável quando seus lábios se tocaram. Embora ele esperasse isso - um homem não podia pensar por tanto tempo e com frequência nos lábios de uma mulher e não sentir nada quando a fantasia se tornava realidade - ainda era uma surpresa, por ser muito mais forte do que ele antecipara.
Para Emma, que jamais pensara em beijar o conde de Denham, a pequena centelha que ocorrera quando os lábios de James encontraram os seus foi um acontecimento inesperado. E surpreendente.
Com certeza foi melhor do que Aprendendo a Seduzir, mas ainda assim não me conquistou de vez. Talvez por algumas partes um pouco arrastadas, ou pela falta de páginas no final pra gente curtir um pouco mais o romance, ou ainda pelo excesso de suspense com um segredo que eu achei que foi uma tempestade num copo d'água. Não sei explicar direito, mas faltou um quê a mais pra ganhar a 5ª estrela.
Essa capa é mais bonita que a anterior, mas continua não tendo nada a ver com romance de época, ainda mais com a personagem. Não consigo imaginar a Emma com um vestido branco desses na situação em que ela se encontrava. Entendo que quiseram brincar com o título - que tem muito a ver com a história, em especial uma cena importante para o desenrolar da trama -, mas já que era pra mudar, podia pelo menos colocar algo que remetesse ao gênero.
Pode beijar a noiva não é um livro muito característico dos romances de época, então se você não conhece o gênero não recomendo começar por ele. Se você é fã, um a mais sempre é bem-vindo, né? Hahahaha! Não é arrebatador, mas vai garantir algumas horas de distração. Arrisque-se!