
Título: Geek Girl (Geek Girl #1)
Autor(a): Holly Smale
Editora: Fundamento
Nº de páginas: 256
Onde comprar:Loja Virtual
Nota:
Meu nome é Harriet Manners e sou uma geek.
Harriet Manners tem 15 anos e sabe tudo... sobre quase tudo. Ela só não sabe porque ninguém na escola parece gostar dela especialmente sua arqui-inimiga Alexa, que adora humilhá-la todos os dias. Harriet só queria que sua vida fosse diferente...
Quando Nat, sua melhor amiga, a arrasta para fazer compras num evento badalado, Harriet é descoberta por uma agência de modelos. É a grande chance de recomeçar! Mas tem um pequeno detalhe: Harriet não conhece nada sobre moda. Na verdade, ela não dá a mínima para a moda . E, claro, tem a Nat, que é linda, fashionista e sempre quis ser modelo. Seria como roubar o sonho da sua melhor amiga, não é?
Harriet decide fazer uma sessão de fotos com o famoso e incrivelmente lindo Nick, mas esconde a verdade e mente para as pessoas que ama. O que ela não esperava é que no dia seguinte essas fotos fossem estar nas capas de todas as revistas de moda!
Em meio a muitas confusões, Harriet descobre que ser modelo não é nada fácil... Afinal de contas, também existem Alexas nas passarelas.
Será que Harriet vai gostar do mundo da moda?
Ou melhor, será que o mundo da moda vai gostar dela?
Sabe aquela frase "se eu soubesse que era tão bom teria lido antes"? É perfeita pra Geek Girl. Há um bom tempo eu não lia um livro que me fizesse rir tanto. É simples, é nerd, às vezes é até bobo, mas conseguiu me fisgar de jeito. Eu preferi não contar muito sobre a história porque a sinopse cumpre bem esse papel, então vem comigo conhecer esse livro ótimo.
Com muito bom humor, Harriet narra o início de sua carreira como modelo. Mas essa profissão não combina muito com uma menina que não tem o menor senso de moda, deixa um dicionário na sua cabeceira, planeja tudo - tudo mesmo - nos mínimos detalhes e sempre sabe uma informação curiosa
Holly Smale apresenta o clássico conflito adolescente de não se encaixar na turma incrementado com um toque de Cinderella do mundo da moda. A insegurança de Harriet é visível, mas também compreensível. A vida inteira sendo taxada de incomum por seus gostos excessivos pelo estudo, e de repente dizem que ela é a pessoa ideal pra estrelar uma campanha de moda? Até eu tremeria na base com uma responsabilidade tão diferente da minha rotina.
Eu sei um bocado sobre histórias e mágica, graças ao hábito de ler montes de livros e também de participar de um fórum na internet. E a regra mais básica é que tem que ser surpresa. Ninguém pulou dentro de um guarda-roupa para encontrar Nárnia; eles pularam lá dentro achando que era só um guarda-roupa. Harry Potter achava que era um garoto normal; Mary Poppins deveria ser apenas uma babá comum, e nenhum personagens dos livros de Enid Blyton sabe que está se metendo em uma aventura até que a história não tenha mais volta.
É a primeira e única regra. A mágica vem quando você não está procurando por ela.
O romance é sutil, mas lindo. Você sabe o que vai acontecer, mas mesmo assim torce e suspira pelo casal. Nick é um modelo lindo e já experiente que não se importa com os surtos de nerdice de Harriet e a ajuda a se livrar das maiores enrascadas. Esse leãozinho não conquistou só o coração dela.
Gostei muito de como a autora discutiu questões familiares de forma humorada. Harriet é órfã de mãe, mas o pai casou e ela considera muito a madrasta. O livro mostra a autoridade exercida sobre a enteada, o amor que ela sente mesmo sem os laços sanguíneos, os conflitos do casamento e o papel da filha diante de uma situação complicada. Normalmente vemos a madrasta má e/ou viúva, a filha criada só pelo pai, sentindo falta da mãe que nem conheceu e vivenciando a entrada de outra pessoa em sua casa. Nada disso encontramos aqui, o que me fez aplaudir a abordagem da relação madrasta x enteada.
Mamãe se foi quando eu tinha 3 dias de vida, e sentir saudades dela é como amar a personagem de um livro. As únicas histórias que sei sobre ela pertencem a outras pessoas.
Já falei da família, agora vou falar da escola.
Nat, a melhor amiga de Harriet, é fascinada pelo mundo da moda desde criança e sempre sonhou com a oportunidade de ser modelo. Aí você pensa que, da dupla de amigas, justamente a que não estava nem aí pra roupas e desfiles é escolhida pra ser modelo. Sentiu cheiro de confusão no ar?
Outros personagens muito legais foram Toby, ainda mais nerd que Harriet, que fica a perseguindo e até mesmo consegue irritá-la com as nerdices, e Alexa, a popularzinha que odeia a geek da sala e faz de tudo pra infernizá-la.
Com esses 3 personagens, a autora discute a aceitação na fase da adolescência, a grande proporção que as pequenas coisas ganham e os conflitos básicos de identidade.
Nat não é apenas minha Melhor Amiga. Ela mesma se deu esse título, embora eu tenha dito que era um pouco desnecessário: ela também é minha Única Amiga. Talvez isso se deva à minha tendência a corrigir a gramática das pessoas e lhes contar fatos sobre os quais não estão interessados.
Como vocês puderam perceber, amei praticamente todos os personagens. Mas de todos o que mais me arrancou gargalhadas - de verdade! - foi Wilbur
A revisão tá boa, mas não perfeita. A diagramação também ficou legal, ainda mais com os óculos no rodapé da página. Mas o grande destaque vai pra capa, que manteve a original. A modelo é bem parecida com o que imaginei da Harriet, ainda tem esses desenhos pelo rosto e uns relevos no título.
Mesmo sendo parte de uma série, a história tem começo, meio e fim. Você não precisa dos próximos pra nada, mas bate aquela vontade de saber o que aconteceu com a vida de Harriet. Ela continua sendo modelo? Ela conseguiu deixar de ser geek? Nem preciso dizer que tô ansiosa pra ler os outros, né? Geek 2 está comigo e será resenhado em breve. E fica o apelo pra Fundamento: traga logo o 3, o 4, o extra e tudo mais dessa mulher!!!
Geek Girl é uma ótima pedida pra descontrair, voltar à adolescência e morrer de rir. Mais que recomedado!