
Título: Me Abrace Mais Forte
Autor(a): David Levithan
Editora: Galera Record
Nº de páginas: 224
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Nota:
Do universo de Will & Will: Um nome, um destino, conheça a história de Tiny Cooper em um fabuloso musical Uma novela musical do universo de Will & Will – um nome, um destino, escrito em parceria com John Green e o primeiro livro juvenil com protagonista gay a figurar na lista do New York Times. Em Me abrace mais forte, o personagem Tiny Cooper, um dos mais carismáticos da trama, disponibiliza o roteiro do musical que acompanha sua trajetória: do berçário até o ensino médio. Com participação especial do fantasma de Oscar Wilde, o roteiro revela os detalhes da vida amorosa de Tiny, seu relacionamento com seus vários ex-namorados, a amizade com a babá lésbica, a relação com os pais e o encontro com o amigo Will Grayson.
Tiny Cooper ganhou um enorme destaque como coadjuvante em Will & Will - Um Nome, Um Destino, livro escrito por John Green e David Levithan. Na obra ele estava escrevendo um musical sobre sua própria vida, e David resolveu então lançar esse musical em forma de livro, de forma a contar a história desse tão carismático personagem.
O musical é dividido em dois atos. O primeiro acontece do nascimento de Tiny até sua entrada no ensino médio. O garoto sempre soube que era gay, assim como aqueles ao seu redor, só que saber e assumir para si mesmo são coisas bem diferentes. Tiny meio que evitava o assunto, apesar de sua família e seus amigos lhe darem o maior apoio.
Até que finalmente Tiny se aceita e resolve contar para todos, começando pelos pais, passando pelo melhor amigo, Will Grayson (que no musical se chama Phil Wrayson), até os membros do time de futebol americano. Cada passagem é uma cena hilária, regada a muita música (óbvio) e muitas lições de vida.
O segundo ato é sobre a desastrosa vida amorosa do garoto grande e gay. Tiny apaixona-se muito facilmente, e nesse segundo ato conhecemos seus 18 ex-namorados. Claro que nem todos foram realmente relacionamentos, mas sim garotos de quem Tiny gostou que partiram seu coração de alguma forma.
Com muitos conselhos da sua babá lésbica e do fantasma de Oscar Wilde, Tiny vai aprendendo mais sobre o amor e que não é necessário se ter alguém para viver. O importante é aceitar-se e ser feliz, independente de ter uma cara-metade.
O livro é escrito exatamente como um musical, apontando o nome do personagem, se ele está falando ou cantando, detalhando cada cena e ainda contando com as opiniões de Tiny. Ele deseja que a peça inspirada em sua vida torne-se um sucesso da Broadway e quer participar de cada produção feita, se não como ator principal, ao menos como produtor, dando dicas e pitacos em tudo.
Tiny é um personagem extremamente divertido, e acho que merece uma série de livros só para ele. O garoto me fez rir com seus inúmeros deboches e referências à cultura gay e pop, citando vários outros musicais e comparando-os com o seu.
Brilho, pessoal. Muito brilho. Não sejam avarentos com o brilho. O motivo de as drag queens gostarem tanto de brilho é que a purpurina é uma coisa barata.
O livro tem apenas 224 páginas, mas, por ser escrito como um roteiro, dá pra ler tranquilamente em uma sentada. Me joguei no sofá depois do almoço para ler algumas páginas e quando vi já tinha acabado e estava querendo mais.
Confesso que não li Will e Will e não senti falta nenhuma dessa leitura. Em alguns momentos Tiny faz referência a algo que aconteceu no livro, já que um Will é seu melhor amigo e o outro é seu ex-namorado nº 18, mas nada que dificultasse o entendimento do musical.
A edição da Galera Record está linda. A capa é maravilhosa e tem tudo a ver com Tiny Cooper. A tradução de Regiane Winarski está impecável como sempre. Traduzir rimas e fazer com que tenham sentido deve ser um trabalho bem complicado, mas ela se saiu muito bem. A revisão está impecável, não lembro de ter encontrado nenhum erro. O único problema foram as páginas brancas. Acho que pro design do livro ficou legal, mas para a leitura incomodou um pouco.
Me Abrace Mais Forte é um livro sensacional e mais uma obraprima de David Levithan, que aborda autoaceitação, preconceito e romance de uma forma divertida e muito didática. Eu com certeza recomendo essa leitura para vocês.
Apesar de não ter nada errado com um garoto querer usar vestidos, tem algo de errado em supor que todo garoto gay queira usar vestidos. Alguns talvez. Outros não. [...] (Outra observação: também não é certo supor que todo garoto gay queira usar brilhos e cores fortes. Alguns não. Eu quero.)