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Um Mundo Melhor - Marcus Sakey

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Esta resenha pode conter spoiler do primeiro livro da série.
Brilhantes



Título: Um Mundo Melhor
Autor(a): Marcus Sakey
Editora: Galera Record
Nº de páginas: 420
Onde comprar:Submarino | Saraiva | Americanas | Cultura
Nota:

Pessoas com poderes especiais numa trama que envolve conspiração, política e terrorismo. O aguardado segundo volume da série Brilhantes. Nick Cooper lutou para que os brilhantes, parcela da população dotada de habilidades incomuns, fossem aceitos e integrados na sociedade até uma rede terrorista, liderada por brilhantes, atingir três cidades e deixar o país à beira de uma guerra civil. Cooper é brilhante e agora também consultor do presidente dos Estados Unidos, e contra tudo o que os terroristas representam. Porém, conforme o país descamba para o caos, ele se vê forçado a participar de um jogo que não aceita perdedores, pois seus oponentes têm uma visão particular de um mundo melhor.

Depois de um final eletrizante em Brilhantes, Nick Cooper acha que o mundo finalmente acalmará, já que toda a verdade fora revelada. Mas ataques terroristas começam a acontecer, prejudicando gravemente 3 cidades dos Estados Unidos ao interromper o abastecimento de comida e o fornecimento de energia elétrica. Os Filhos de Darwin atacam sem piedade e fazem questão de mostrar que vieram para tirar a paz.

O novo presidente dos EUA convoca, então, Cooper pra ser seu assessor. E por causa dessas investigações ele precisará encarar novamente dois dos mais geniais brilhantes do mundo: John Smith, recém-absolvido de uma condenação, e Erik Epstein, fundador e mantenedor da Comunidade Nova Canaã, um refúgio para anormais de todo o país, de onde saem as mais inovadoras tecnologias.

Mas nem tudo acontece como Cooper imaginava. No decorrer das investigações, ele descobrirá novos segredos, precisará novamente proteger a família, terá que lidar com seus sentimentos (alerta triângulo amoroso) e descobrir que uma ação pode causar reações de proporções incontroláveis.

Mesmo se esforçando todo dia para fazer o que era certo, trabalhando para criar um mundo melhor para seus filhos, Cooper cometera erros imperdoáveis e causara sofrimento inimaginável. E, enquanto isso, apesar de todos os esforços de sua parte, a cada dia o mundo ficava mais complicado, a solução ficava mais longe do alcance. Estava, realmente, ficando mais difícil de acreditar.

Sakey mais uma vez provou que sua escrita é altamente instigante e viciante. Ele não perdoa e já começa com uma cena de arrepiar. Os momentos de calmaria são só pra contextualizar e te dar um tempinho pra respirar e se preparar pra mais uma onda de pancada. Aquelas cenas bem escritas, que te levam pra dentro da história e te deixam com um friozinho na barriga com medo de dar errado. Em todo tempo fiquei tentando adivinhar o que ainda não tinha sido revelado, querendo juntar as peças daquele quebra-cabeça que começou lá atrás. Cabeça a mil até nas pausas da leitura.

Se você, como eu, leu o primeiro há algum tempo, pode pegar o segundo sem medo. Eu nem li a resenha que escrevi, só fui virando as páginas e lembrando o enredo de acordo com as deixas que o livro trazia. Não fiquei perdida hora nenhuma. Quando aparecia algum personagem antigo, rapidamente vinha um resumo que ajudava a recordar os acontecimentos de Brilhantes, tudo de forma natural, bem encaixadinho na história.

Cooper continuou sendo o personagem que eu admirei, por suas escolhas, ideais e postura tão bem alinhadas e compatíveis com seu caráter. Ele é a representação daquilo que a gente queria ser, o cara que age de acordo com o que é certo mesmo que as consequências possam ser ruins, e faz de tudo para que o bem prevaleça.

- Nós cometemos erros? Com certeza. Sem dúvida. Mas a gente estava lutando do lado dos mocinhos. Eu sei disso, e você também. E agora você tem uma escolha. Pode se sentar no chão [...] ou pode tentar uma última vez, não importando que as chances sejam mínimas, fazer um mundo melhor. É com você, Nick, realmente é. Ninguém poderá culpá-lo, não importa o que decida.

Aliás, bem contra mal, certo contra errado, altruísmo contra egoísmo, essas são discussões que permeiam toda a narrativa. Há um jogo de poder que norteia o enredo, todos em busca de construir a sua própria visão de um mundo melhor, ainda que pra isso seja preciso desconsiderar o outro lado. Não é mais ou menos o que a gente vive hoje na política?

Uma sacada muito legal são os conteúdos entre os capítulos. É como se pegassem materiais do universo da história e colocassem ali, como quem não quer nada. Não contribuem diretamente para a trama, mas ajudam a entender o comportamento da sociedade (normais e anormais), suas formas de relacionamento, tecnologias, expectativas... A cada fim de capítulo eu ficava ansiosa por aquele bônus e muito decepcionada quando não tinha.

A liberdade é algo pelo qual você precisa lutar para conquistar, não uma vez, mas todo dia. A natureza da liberdade é ser fluida; como água em um balde furado, a tendência é se esvaziar.

Acho que a "pior" parte da leitura foram os cliffhangers. A narração em terceira pessoa possibilita abranger diferentes núcleos e visões. Eu ia acompanhando Cooper, nervosa junto com ele, tensa, coração batendo rápido, aí quando chegava na melhor parte o capítulo acabava e começava um novo mostrando um personagem totalmente diferente, em um momento super de paz. Dava vontade de pular aquele e continuar lendo sobre Cooper, mas respirava fundo e ia. Até que me envolvia com aquele personagem e na melhor parte... corta! Vem mais outro. Essa agonia foi no livro todo! hahahaha!

E se eu achei que Brilhantes terminou desesperador é porque ainda não tinha lido Um Mundo Melhor. Como assim aquele final? O que acontece depois? Pelamor, gente! Não se pode fazer isso e deixar minha curiosidade em espera por um ano!

Se rolou algum erro de revisão, eu sinceramente não vi. Minha cabeça estava totalmente focada na história. A capa manteve o padrão da primeira, totalmente diferente da edição de qualquer país. E não tem como não reparar no trabalho de tradução, especialmente naquelas partes entre os capítulos.

Faça um favor a você mesmo e leia essa trilogia. Vem ficar desesperado que nem eu pelo desfecho e viciado nesse mundo fantástico com que Sakey nos presenteou.

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