
Título: A Rainha Vermelha (Red Queen #1)
Autor(a): Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Nº de páginas: 424
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Nota:
O mundo de Mare Barrow é dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Mare e sua família são vermelhos: plebeus, humildes, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes sobrenaturais os tornam quase deuses.
Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e a toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso… Mas como isso seria possível, se seu sangue é vermelho?
Em meio às intrigas dos nobres prateados, as ações da garota vão desencadear uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe - e Mare contra seu próprio coração.
Nessa distopia as pessoas são divididas de acordo com a cor do seu sangue. Os vermelhos são a escória da sociedade, aqueles com os piores trabalhos e que sofrem para sobreviver a cada dia. Já os prateados formam a elite, o poder. Como se não bastasse eles não precisarem se sacrificar em busca de alimentos e coisas do tipo, quem possui o sangue prateado desenvolve poderes sobrenaturais, que só aumentam sua imponência perante a sociedade.
Mare Barrow é uma vermelha, e sua vida não é um mar de rosas. Ela é quarta de cinco irmãos e está prestes a completar dezoito anos. Quando os vermelhos atingem a maioridade, se não estiverem com um emprego fixo, são recrutados para a linha de frente da guerra. Os três irmãos mais velhos de Mare já foram recrutados e ela é a próxima.
A garota é uma ladra, e isso não conta como profissão. Ela rouba tudo aquilo que consegue pra deixar seus pais e a irmã mais nova numa situação favorável depois que ela partir, mas eles não veem o “trabalho” da filha com bons olhos. Gisa, a mais nova, é aprendiz de uma costureira; enquanto Mare é rebelde, Gisa é centrada e perfeita, características que os pais sempre quiseram que Mare tivesse.
Mare tem um único amigo, Kilorn. Os dois são próximos desde que o garoto ficou órfão e a amizade deles é intensa. Kilorn é aprendiz de pescador e quando completar seu aprendizado estará livre do recrutamento, assim podendo se sustentar e ainda cuidar da família de Mare quando ela partir.
Numa noite, a vida de Mare vira de cabeça para baixo. Kilorn aparece em sua janela e conta que seu mestre caiu na água e morreu afogado. Como ainda não completou seu treinamento, ele tem pouco tempo antes de ser recrutado pelo exército. Seu aniversário está muito próximo e não há nada que possa ser feito para impedir isso.
Porém, Mare não está conformada com a situação. Ela fará o possível e o impossível para proteger o melhor amigo e encontra um plano de fuga. Só que para os dois poderem fugir, ela necessita de muito dinheiro e o prazo é muito pequeno.
Sem saída, Mare pede ajuda à Gisa. A irmã trabalha em um ateliê numa cidade de prateados, o lugar perfeito para Mare conseguir uma boa quantia, mais do que seus pequenos furtos aos vermelhos. Entretanto, um imprevisto surge na cidade, causando uma grande comoção de prateados contra vermelhos, antes mesmo que Mare consiga algum dinheiro. Determinada, Gisa tenta ajudar, mas acaba sendo pega e a punição é enorme.
Derrotada e culpada, Mare volta pra casa e não consegue encarar os pais ao saber que estragou o futuro de Gisa. Com isso, passa a roubar freneticamente, em busca de alguém que a detenha e faça ela se sentir pior. Ela quer entrar numa briga e perder. Mas eis que ela tem uma surpresa. Ao tentar roubar um viajante, ela é surpreendida por ele, que ao invés de denunciá-la, lhe dá uma boa quantia em dinheiro para ajudá-la.
O viajante se chama Cal e ele é extremamente gentil num momento que Mare queria se sentir um lixo. Ela acaba contando a ele sua história, sobre sua iminente ida para o exército e sua tentativa de fugir. Ele se apieda dela, mas não tem muito que possa ser feito. Mare já aceitou seu destino.
Entretanto, na manhã seguinte, Mare tem outra surpresa. Dois oficiais do governo, acompanhados de uma criada real, batem na porta de sua casa. As revistas são comuns, mas dessa vez é diferente. Eles vieram para levá-la. Certa de que será punida por seus crimes, Mare se despede da família e os acompanha. Só que na verdade, ela não seria presa. Ela havia sido convocada para ser uma criada real. Mare estava livre do recrutamento, tinha conseguido um emprego e sabia que essa história tinha um dedo de Cal.
Assim que chega, Mare precisa trabalhar como nunca. O palácio está em polvorosa com o início da Prova Real. A elite prateada é dividida em casas, cada qual com sua cor e seu poder. Cada casa possui uma candidata, que deverá apresentar seus talentos para a família real. A melhor será escolhida para se casar com o príncipe herdeiro e se tornar a nova rainha de Norta.
Mais uma vez Mare é surpreendida quando descobre que Cal, aquele que a ajudou quando ela precisou, é na verdade o príncipe, prateado até a última gota de sangue. Como isso era possível? Ela devia detestá-lo, como a todo prateado, mas era complicado pensar assim depois de tê-lo conhecido.
Durante a apresentação de uma das candidatas, o chão treme tanto que Mare acaba caindo no centro do palco, onde Evangeline mostrava seus talentos. O problema é que, entre os camarotes onde as famílias assistiam as apresentações e o palco, havia uma contenção de eletricidade, que poderia fritar qualquer um que tocasse lá. Só que Mare não morre. Ela simplesmente passa direto e todos se chocam quando fagulhas saem de suas mãos. Ela é uma vermelha até a alma, não devia ter poderes!
Chocada e desesperada, Mare tenta fugir, mas acaba sendo capturada pela guarda real. A rainha Elara possui o poder de entrar na mente das pessoas e vasculha cada centímetro da mente de Mare e não consegue encontrar nenhuma resposta. O rei não sabe o que fazer. O certo seria matá-la para evitar futuros transtornos, mas havia muitas testemunhas e seu desaparecimento geraria muitas perguntas que eles não teriam como responder.
Assim, Mare se viu obrigada a assumir uma nova identidade. Agora ela é Lady Mareena Titanos, a filha perdida de um general prateado de grande influência. Eles a disfarçarão de prateada e a forçarão a se casar com Maven, o príncipe mais novo, de forma que possam vigiá-la de perto, até terem uma solução para isso.
Mare achou que sua vida era um problema, mas nada se comparava àquilo. Elara era uma pessoa extremamente má e não mediria esforços para atingi-la e se Mare tentasse resistir, as conseqüências seriam desagradáveis. Agora ela precisaria se acostumar com sua nova vida de prateada e dar adeus ao seu lado vermelho, colocando-se contra tudo aquilo que acredita. Mal sabe ela que seus problemas estão apenas começando...
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler.
O que falar sobre esse livro? Não sei o que dizer, apenas sentir, mas vou tentar resumir minhas emoções e passá-las para vocês. Quando soube do lançamento de Red Queen lá fora, que teve um burburinho enorme devido aos direitos vendidos para adaptação antes mesmo do livro ser lançado, também soube que precisava lê-lo. A Seguinte não tardou em anunciar o lançamento aqui no Brasil e quando ofereceram a prova antecipada para os parceiros, digamos que eu implorei pra Giulia me mandar e assim que recebi me joguei com tudo na história.
A escrita de Victoria Aveyard é de outro mundo. Logo nas primeiras páginas eu já me prendi em sua narrativa e só não li o livro em uma sentada porque não queria que ele acabasse rápido. Imaginem que tudo que contei ali em cima acontece só nas 100 primeiras páginas. Aveyard apresentou a distopia e seguiu por esse caminho durante todo livro, de forma que a todo capítulo tivéssemos uma reviravolta que mudasse o pensamento de Mare a respeito de algo ou de alguém. E eu simplesmente AMO quando isso acontece.
Aveyard focou bastante nos conflitos vermelhos-prateados e mesmo assim conseguiu desenvolver um bom romance, que, mesmo servindo apenas como pano de fundo, conseguiu me arrebatar. Sim, temos triângulo amoroso e vocês que reviraram os olhos para isso vão ter que segurar o forninho quando lerem. Sério. É diferente de tudo que já li.
Durante a leitura, consegui identificar alguns elementos de séries como A Seleção, Bloodlines, X-Men e As Crônicas de Gelo e Fogo. Mas não pensem que é uma cópia. Não, pelo contrário. Peguem tudo de melhor que existe em cada uma dessas séries, una a uma idéia original, some com uma escrita fabulosa e aí você terá uma noção do que A Rainha Vermelha é.
Sobre os personagens, preciso tirar meu chapéu para a autora. Ela soube caracterizar todos eles de forma espetacular, não há nenhum que você possa dizer que é irrelevante. Começando com nossa protagonista. Mare entra para o time daquelas protagonistas badass. Ela não tem medo e não baixa a cabeça para quem tenta oprimi-la. Claaaaro que ela tem algumas atitudes bem idiotas e que fazem com que eu tenha vontade de encher a cara dela de tapas, mas que protagonista não faz isso hoje em dia? Ter a história contada sob sua perspectiva em primeira pessoa só aumentou a experiência prazerosa da leitura.
Cal é o garoto perfeito, orgulho do pai, obrigado, de nada. Muitas vezes ele também me irritou com seu jeito certinho e ZZZzzzZZZ de ser, mas tinha momentos que ele tinha certa reação que eu queria abraçá-lo. Sério. Relação de amor e ódio total. Maven foi um pouco diferente. Por ser o mais novo, ele nunca seria rei e sempre viveu na sombra do irmão mais velho. Ele tentava mostrar que não, mas no fundo tinha muito recalque. Logo de cara ele se aproximou de Mare e os dois viraram grandes amigos. Mas o garoto é filho de Elara, a rainha mais bitch desde Cersei Lannister, óbvio que eu não confiei nele.
Falando em Elara, a mulher é um demônio em vestes de seda. Gente, se vocês achavam que o rei Clarkson de A Seleção era mal, é porque vocês não conhecem Elara ainda. Se esses dois fossem casados, acho que o inferno aconteceria na terra. O dom de Elara só a torna mais poderosa e por ser a rainha, ela pode fazer praticamente o que quiser.
O final foi extremamente digno para um livro incrível. Conforme o clímax foi apresentado e o desfecho foi se aproximando, foi impossível largar a leitura. Aveyard conseguiu surpreender e ainda me chocar com os acontecimentos. Eu estava preparado para tudo, menos pra isso. A ansiedade pelo próximo livro da trilogia já está me corroendo, mas este nem possui título ainda e só está previsto para fevereiro de 2016. Também necessito do filme, que deve chegar às telonas no próximo ano pelos estúdios da Universal.
Como li a prova antecipada, não tenho muito que dizer sobre a versão física. A capa é a mesma original, que é linda, e pelo que vi nas redes sociais da editora Seguinte, a nacional será metalizada e vai conter o marcador do livro na orelha. A revisão estava ótima. Encontrei alguns errinhos de digitação, mas creio que na versão final eles terão sido corrigidos.
Para finalizar, preciso deixar minha recomendação. A Rainha Vermelha é um livro magnífico que chegou para renovar o mercado das distopias. Eu com certeza recomendo a todos vocês. Não. Mais que isso. Eu OBRIGO todos a lerem, se encantarem e surpreenderem com essa história.
Há muito tempo ele nos chamou de formigas, formigas vermelhas ardendo sob a luz de um sol prateado. Destruídas pela grandeza dos outros, quase derrotadas na batalha pelo nosso direito de existir, porque não somos especiais. Não evoluímos como eles, que têm poderes e forças além de nossa imaginação limitada. Permanecemos os mesmos, presos em nossos corpos. O mundo mudou ao nosso redor e permanecemos os mesmos.